O mundo está experimentando o pós-parto
É claro que em todas as situações difíceis que passamos, principalmente quando elas são prolongadas, o que nos fortalece emocionalmente sempre é pensar: quais os aprendizados que podemos ter?
E é isso que tenho me pegado pensando em muitas horas desde que começou nossa quarentena aqui na Itália. “Não é possível que não tem um recado para a gente. Alguma razão de ser, algum fundamento…” Acredito que nada é por acaso e que tudo tem uma explicação. Mas uma explicação lógica, com início, meio e fim. Ademais de tantas especulações sem fundamento, ou de crenças (que portanto, não são lógicas, são só desejos de acreditar), e ainda as explicações sócio econômicas (que confesso, são as que eu passo mais tempo lendo e analisando) eu pensei: em que outro momento da minha vida fiquei totalmente privada da liberdade?
Dentro de casa, sem poder sair, saídas apenas para necessidades específicas (vacinas, pediatra), banho de sol na varanda ou na janela, comida sempre regulada: nada de excessos, conteúdos controlados para não afetar o nosso sensível psicológico, sem contato com as pessoas, álcool em gel à vontade, e explicações, muitas explicações para todos que querem entender a nova mãe. A mãe do século XXI, que quer seu ninho, que não quer que o bebê fique de colo em colo, que não quer chupeta, muito menos melzinho na chupeta, enfim… foi assim meu puerpério, e o seu também. E o mundo está vivendo um puerpério!
E sobre isso, nós, mães, temos um grande aprendizado: depois que passar, uma grande mudança acontece! Acontece com todas, é intensa e de dentro para fora. Com umas é a descoberta do verdadeiro amor, com outras é uma mudança total de rumo, com outras são grupos de irmandade para toda uma vida, com propósito de criar filhos melhores para deixar para esse mundo.
É com essas palavras de esperança que me despeço hoje de vocês, tendo a certeza que após o puerpério do mundo, encontraremos um novo rumo, novas perspectivas… Está claro que a melhor forma de estarmos aqui é nos inter-relacionando com respeito e união.
beijos,
Ciça Coelho
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